ESCADAS DESMORONADAS

ESCADAS DESMORONADAS

Jorge Linhaça

São escombros de uma existência,

escadas ermas, desmoronadas.

Degraus depauperados pelo tempo,

apodrecidas tábuas desconjuntadas.

Corrimãos apodrecidos, partidos,

Quimeras por cupins devoradas.

Tristes escadas acinzentadas,

abandonadas à sorte e ao relento,

fustigadas pela chuva e o vento,

-lances cobertos de excrementos-

esquecidas ao longo da estrada

O som dos violinos em lamento,

dá o tom dessa triste nostalgia,

as cordas tangidas em sua agonia,

- qual o coração em sofrimento-

no lusco-fusco do final de um dia.