POEMA MODERNO XI ( O NASCIMENTO )
O NASCIMENTO
Nasci chorando num quarto escuro
Em uma dor atroz do amor nascida,
Quem me deu a vida foi um coração bem puro
De uma pessoa por mim muito querida.
Todos nascem assim com o pranto rolando
De duas faces, uma bem nova, outra já vivida
Uma já alegre a outra abraçando,
Que coisa bela, que ironia a vida.
Mas hoje mudam tudo, existem as provetas
Onde o amor é pouco conhecido,
Os filhos nascem já mamando as tetas
Daquele corpo outrora tão querido.
Se houve amor, o que importa isso
Se o gozo foi provado num feio gemido,
O homem acalavado, abelha sem cortiço,
Joga o mel do amor que já nao tem sentido.
ANTONIO Tavares de Lima
11.09.2017 - 16:00 h