Poema da indiferença
Quando percebemos não tinha mais nada para ser dito.
Indiferentes, acabaram-se as palavras de carinho.
Não havia mais desejo, prazer ou curiosidade.
Os sentimentos se foram, nem a saudade restou.
Indiferentes, somente a solidão nos fazia companhia.
O desejo de conversar foi substituído pela obrigação.
De tudo ficou o vazio e aos poucos o silêncio.
Indiferentes, do simples prazer de estarmos juntos nada restou.
Nem as lembranças ficaram, as memórias foram apagadas.
Todo o esforço para ficarmos juntos foi em vão.
Indiferentes, a cada tentativa só nos distanciávamos.
Solitários, não nos reconhecíamos como antes.
Tornamos almas vazias em corpos estranhos.
Indiferentes, seguíamos o protocolo social e nada mais.
Ocupávamos o mesmo espaço sem trocar olhares.
Não sabíamos mais quem éramos.
Indiferentes, seguimos caminhos opostos.
Sabíamos que juntos não fazia sentido.