Falando de poesia...

Precisa-se de um poeta.
Que saiba falar falar de poesia,
Que faça dela sua musa, uma deusa.
E que a ame em demasia.
Que tenha o dom da profecia
E se delicie com seus pensamentos.
E sinta infinito prazeres,
Ao acarinhar seu peito, sua imaginação.
Não precisa ser sóbrio,
Mas, de loucura sinta prazer,
E que saiba deixar suas marcas
Digitadas sobre um folhetim.
Que  saiba contar estrelas...
Nas noites seja um ator,
Atuando sempre nas madrugadas
Vivenciando loucuras de amor.
Que seja verso e prosa,
E livre sem questionamentos,
E  que se deem sem pudor,
Mas, sempre  falando de amor!

Poeta Pedro Paulo, obrigada sempre pelo seu carinho no meu cantinho, e que está quase abandonado! logo, logo volto

Por Falar Em Poesia

E que a poesia seja sempre livre
Sem regras, métricas e padrões
Fluindo sempre em nossos corações
Nascendo das mais belas canções...

E que o poeta nunca se cale
Que o seu coração sempre fale
Exalando sempre a poesia
Na mesma perfeita sintonia...

E que a musa tão sonhada nos versos
Preencha sempre o seu universo
Surgindo do sonho mais belo...

E quando o poeta enfim partir
Ainda assim a sua poesia irá fluir
E o mundo para sempre colorir...
Poeta Pedro Paulo, 07-09-17

Grande poeta sonetista, Gilberto Oliveira!! Quanta honra poeta, seja bem - vindo!! Obrigada pelo brilho no meu cantinho

POETASTRO ÀS PROCELAS

Nem sei pra que servem os poetas!
Se já tem tanta cousa estranha...
E mais estranhares nas entranhas
Do que se diz Profeta-dos-poetas.

Todos os dias se repete o enredo
 Em odes, versos, prosas e afins...
Donde sempre aparecem os Serafins
 Pulando do picadeiro pra o penedo

Outras coisitas fora desse contexto
"Eu" jaz sem eira, beira nem rima...
Nesse bê-a-bá pra formatar o texto

Enfim, atiro tantos verbos ao vento
" Voo-me" assim com a cara pra cima...
Não faço ventanias... só in-vento!

Gilberto Oliveira, 10-09-17

Poeta Paulo da Cruz, muito me honra sua presença no meu cantinho! obrigada pelo carinho e atenção


POÉTICA ALMA

E a poesia fala... suplica... chora... grita
Mesmo sem palavras
E, para que... palavras?
Ah, as palavras!
Haveria mesmo a sua necessidade?

E quem são, de fato, os verdadeiros poetas?
Seriam somente os que em rima e métrica fazem os seus versos?
Como num frio teorema de matemática?
Como numa equação onde tudo é medido e calculado?
Ah, fala sério!

E então, quem são os poetas?
Não seriam aqueles que, em silêncio, veem a vida
Pelos tantos que olham para tudo e nada, pois veem!
Não seriam, em verdade, os que se olham um para o outro
Na quietude saborosa a que se fazem na comunhão de seus olhares?
Na reciprocidade da visão?
Embora nada dizem... visto que nada precisam dizer
E, contudo, quanta declaração de amor

E o que dizer do agricultor a que ara a terra
Para em seguida jogar nela suas sementes
E, após um tempo, depois de tanto tratá-la
Degustar dos frutos de seu labor
Pelas mãos que se "sujaram" na terra
A que noutro tempo as degustam da sementes que ele plantou
Ah, quanta expressão de louvor n'alma daquele lavrador

E o que dizer do trabalhador noturno
A contemplar o fulgor da aurora?
Ou do operário diurno a que vê no horizonte
Os últimos raios do ocaso de seu dia?
E que palavras podem descrever o nascimento do filho
Na tão aguardada e ansiada maternidade?

Ah, como não afirmar que tudo isto não seja poesia?
Na vital força de tudo o que nos permeia
E, assim, nos faz vibrar...

E não é dito que pelos lábios dos maias pequeninos
Das criancinhas que a mãe amamenta
É que se recitam os mais perfeitos louvores?
Daqueles que ainda nenhum termo ou palavra conhecem
Mas falam... com Deus

E todavia falam... conversam... dialogam...
Ainda que sem dizer um único vocábulo
Mesmo sem pronunciar uma única palavra
E falam... e falam... e como falam!

E quantas revelações e confissões de amor
Sem nenhuma sentença a dizer
Nos corações que pulsam... ah, aquela deliciosa taquicardia!
Específica dos que amam... e apenas nos que se amam
Da pele que se arrepia
Das mãos que tremem e suam
Da lágrima que cai pela saudade do que se foi
No aconchegante abraço daquele que regressa
E por aí vai...

E assim, eis o poeta!
E então... eis a poesia!
Que nem tanto se faz somente por rimas ou métricas
Muito menos, por regras de gramática, linguística...
Como nem a música se faz somente com acordes e compassos
Mas no pulsar da melodia n’alma de quem ela a cria
Ah, os poetas... e também os músicos!
Almas vivas... para a Vida... e pela Vida
Eis, o que são!

E agora alguém me questiona:
Mas, afinal o que é o poeta?
Como ele o é?
Nasce-se pronto ou se faz com a vida...  ou na vida?
Ao que, em minha humilde sapiência eu então lhes respondo:
O poeta é palavra viva
E só
Do ouvido que degusta de cada som... que para tantos nada significam
Da vista que se inebria e se exulta por tudo o que seus olhos veem

E assim são eles... os poetas!
Autênticos músicos d’alma
Como os antigos salmistas
A que nos agraciavam com os seus versos
Que os demais não viam... porque infelizmente não o podiam
Como os são ainda hoje

Poesia... poesia... poesia...
E portanto são os estes versos
Nas melodias que se cantam
Na vida que aos seus olhos encantam:
No balançar das folhas aos ventos...
Nos gritos de súplica dos desesperados...
No balbuciar das ondas do mar...
Nos choros dos bebês a que se ingressam agora no tempo
Nas vozes que protestam contra a opressão dos que por outros sofrem
Nos suspiros e alentos dos peitos dos apaixonados
Na vida que se esculpe e reza em todos os seus mistérios

E deste modo nascem eles
Vitais artistas e contestadores do mundo e do tempo
A sentir os presságios de tudo o que ainda haverão de experimentar
E também sofrer...
Mas não importa
É a vida... este caminho do calvário
A que muito bem o sabem
O qual ninguém pode dele se afastar... ou fugir... e debandar...

Entretanto são sempre eles
A escreverem seus versos, e também suas prosas, no caderno da vida
Entre lágrimas e risos
N’alternância entre quedas e ascensões
Em todo o tempo... durante todo o percurso
Nas vivas mudanças dos dias e noites que se seguem e que virão
Nas surpresas e imprevistos do desconhecido amanhã...
E se ontem fora escrito um verso, ou quem sabe, uma estrofe
Amanhã virá uma nova... porém, jamais repetida

E no final terão escrito o maior de todos os poemas:
A vida


Poeta Paulo da Cruz, 12-09-17