Eu sou virgem, não me envergonho,
Eu sou virgem, não me envergonho,
Sempre apenas a uma mulher,
E hoje afirmo: nunca tristonho,
Mas feliz, por não ser qualquer!
Libertado do mais medonho
Pesadelo: o de ser quem quer,
No mais vão e contrito sonho,
Não ter tido quem malmequer.
E meus lábios? Virgens também!
Puro e cândido na inocência...
Nunca fui nem serei refém
Da cruel, sórdida, tendência
Dos que beijam, mas não retêm,
Dos que tocam na indecência,
Para ao fim não terem ninguém,
E chorarem, em penitência.
Ó mulher, serei teu inteiro,
Pois inteiro guardei-me a ti,
E na vida, como parceiro,
Teu sorriso irei colorir.
Nem a tudo tem o dinheiro,
O dinheiro não terá a mim;
Mas tu sim! Porque tens teu cheiro,
E me tens virgem, todo a ti...
Pois meu corpo, pois minha mão,
Nunca foram para o vulgar;
É só um o meu coração,
É só dela meu todo amar.
6/9/2017