UMA CANÇÃO DE AMOR

Quando todos os homens depositarem suas armas,

como brotos no solo da pacificação

e não mais existirem espíritos sobressaltados;

quando ninguém mais armazenar rancores,

e o coração da humanidade for o solo dos amores

que como jardim bem cuidado aguarda a floração;

e tudo que receber a intervenção humana

for abençoado por esta busca de felicidade,

que promove singeleza no povo do campo

e enche de paz as gentes da cidade;

quando todos os seres forem alvo de atenção

e não houver privilégio para nenhum animal,

mas todos com justiça, tratados por igual;

e pássaros silvestres não forem engaiolados

nem mesmo os leões no aperto enjaulados

para - pura idiotice - só divertir os humanos;

quando as crianças puderem retornar as praças

e a vida de todos nós voltar a ter sua graça

com velhos passeando entre pessegueiros no pomar;

e todos os poluentes forem expulsos das fábricas

e não existirem no mundo mais matanças calábricas,

pois todos já respiram serenos o mesmo ar;

quando a mesmice abandonar o nosso cotidiano

e se perceber na velhice o descerrar do pano

da vida que pode amar, do nascer ao ocaso;

e amar for imperativo entre todas as nações

e a cidadania for ensinada dentre todas as noções

como a que não se prescinde, nem é obra do acaso;

- então, sim, entoarei, prazeroso, naquele instante

a canção de amor que me faz regozijante!

Jess
Enviado por Jess em 16/08/2007
Código do texto: T610161