Para sempre, antes e depois
E quando dos meus sonhos
Éramos nós dois
Éramos antes durante e depois
Eram cabanas, quem sabe choupanas
À beira de um lago
Uma canoa ancorada
Num cais seguro
Éramos nós dois
Nessa simplicidade onde o prateado era a lua
O dourado era o sol
O vento nos teus cabelos
Eu remando com cuidado, esmero de quem ama e protege
Nas margens pedregosas
Tartarugas e patos selvagens
Não queríamos mesmo chegar perto
Pinheiros e árvores frondosas
Nosso olhar procurando alguma coisa entre a água e a vegetação
Um teu sorriso para mim, meu coração disparado, era uma canção
E nem te queria tão perto
Ver-te era mais importante que tocar-te
Gravar várias formas do teu corpo e do teu rosto
Ancestrais imagens se repetindo, eu acreditava, acredito
E teu perfume vinha com a brisa, atingia-me forte
Deixando-me bêbado de ti
E tuas mãos pequeninas segurando na borda
Eu ficava e fitava a este bordo, a bombordo
Sempre dando um jeito de não perder-te
E não havia luxo na cabana
Por isto uma choupana ao meu olhar
Nosso luxo era nos teus braços
O ramo de flores selvagens
Com perfume do nosso lugar
Éramos nós dois, apenas nós
Num instante eterno
Agora, antes e depois