Permitam-se sonhar!
Atravesso todas as horas e badaladas
do velho relógio de parede…
Mas não atravesso o tempo!
Prisioneiro na velha masmorra
Que é toda esta solidão
rasgo traços na parede de taipa
contando os dias para estar contigo.
Desejos precários da vontade
Onde apenas contemplo os sonhos
Que esvoaçam nas copas das árvores.
Os ponteiros continuam a cavalgar
mas a noite não chega…e sem ela
sonhar não tem sentido.
Nunca sonharam com a mulher amada?
Sentir a febre do corpo arrepiado…
O frémito das mãos suadas no quadril…
O cheiro a âmbar baunilhado do beijo…
A loucura dos braços abraçando…
Os olhos gravando os detalhes das expressões….
A sede do próximo beijo…
A fome de tudo que sentirei saudades depois de acordar…
Sentir o bombear do coração durante o êxtase…
Ahh…
Permitam-se sonhar!