Sobre ter prometido que te odiaria
Bati a porta, fechei o futuro na sua cara
Não quero resquícios de nós em nada
Nenhuma nódoa, marca ou cicatriz que rememore
Apaguei seus 3 números de telefone
Quebrei, sem querer, sua xícara de estimação
Seus óculos de sol, doei ao vizinho
Os livros do Neruda, são meus novos pesos de papel
Aquele seu lenço colorido, florido, turquesa...
O cachorro adorou, por sinal
Suas mandalas de estimação, destrui todas
Nem mesmo aquele meu retrato preferido, salvei
Seu caderno de notas, queimei
Aquela calcinha de rendas, bordada, bonita
Ahh, essa eu guardei!
Você, no entanto, sabendo ter um ás na manga
Um trunfo sobre minha dignidade arrasada
Cruzou as pernas no sofá
Expressão fria, típica do seu mapa astral
Ar triunfante, descruzou e cruzou
Vagarosamente, satanicamente...
E meus olhos acompanhavam a curva
A vereda, a brecha, a passagem secreta
Sabe aquela promessa sobre te odiar!?
Podemos deixar para depois!?