DAS MÃOS AOS PUMÕES
O rio vazou das minhas mãos.
Correu sobre o chão,
entre os vales do seu coração,
procurando um lugar para se empoçar
e no seu corpo se descansar
do tempo em vão que ficou a vagar,
você, não fechando as comportas
deixou-o sair pela mesma porta,
por queue entrou a procura de amor,
coisa que pra você não tem valor.
O rio voltou as minhas mãos,
que os filtrou aos meus pulmões.
Respirei fundo sem vacilar
e o desprendi em forma de ar,
Que o tempo exalou
mostrando que tudo terminou.
Nova Serrana (MG), 3 de fevereiro de 1984.