BALÃO A GÁS

Num balão a gás

amarrei a minha paz.

Deixei o balão subir

e entre as nuvens sumir.

Enquanto o balão se elevava,

os meus olhos o olhavam

E dentro do peito infeliz

segurei o coração que nada diz.

Quis ser então

um outro balão,

que subisse a altura

de receber sua ternura.

E assim eu fui subindo,

sempre te ouvindo,

pois no meu mais alto ponto

eu estaria a seu encontro.

E com este pensamento

eu aguardava o momento

de ter você comigo

para dar-lhe o meu abrigo.

Mas você foi me esquecendo,

Fazendo com que eu fosse descendo

das maiores alturas

ás noites frias e escuras.

Onde hoje sou pedaços

de suas falsas juras em meus braços.

Luz (MG), 16 de julho de 1983.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 23/08/2017
Reeditado em 23/08/2017
Código do texto: T6092882
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