BALÃO A GÁS
Num balão a gás
amarrei a minha paz.
Deixei o balão subir
e entre as nuvens sumir.
Enquanto o balão se elevava,
os meus olhos o olhavam
E dentro do peito infeliz
segurei o coração que nada diz.
Quis ser então
um outro balão,
que subisse a altura
de receber sua ternura.
E assim eu fui subindo,
sempre te ouvindo,
pois no meu mais alto ponto
eu estaria a seu encontro.
E com este pensamento
eu aguardava o momento
de ter você comigo
para dar-lhe o meu abrigo.
Mas você foi me esquecendo,
Fazendo com que eu fosse descendo
das maiores alturas
ás noites frias e escuras.
Onde hoje sou pedaços
de suas falsas juras em meus braços.
Luz (MG), 16 de julho de 1983.