O CANTO DO SABIÁ
Nas manhãs odoras, perto de um’albufeira,
Que vinha lá das bandas de um altivo butiá,
Mas era do ápice de uma velha mangueira,
Que em arroubos cantava um ímpeto sabiá.
Ave canora de acordes e efeitos musicais,
Era um jucundo todo aquele meu pomar,
Em som eufônico que entonava os seus ais,
Da varanda eu ouvia os seus hinos a cantar.
Pássaro ostentoso com seu canto agraciado,
Fazia daquela fruteira a sua ribalta a entoar
A sinfonia de gorjeios deste raro plumejado,
Em belas melodias para a cantoria expressar,
Êxtase auditivo que sentia do tordo plumado,
Nas manhãs de primavera, fazia-me enlevar.
Riva. 038