ESPINHO DE ROSA
Diante dos meus olhos, uma rosa,
tão perfeita e tão mimosa,
que desabrocha num jardim juvenil,
coberta por um céu de azul anil.
Nesta rosa a menina tão formosa,
tão perfeita e tão maliciosa,
que os meus olhos tristes,
em segui-la sempre persistem.
Por duas vezes eu a procurei.
E por outras tantas o seu nome chamei.
Mas o que posso eu fazer
para esta rosa colher?
Se, quando tento tacá-la,
ela de mim foge e se cala.
Tantas vezes o meu coração se abriu
e tantas outras o seu espinho o feriu.
Assim eu vou me questionando
e ao coração eu vou enganando,
na esperança de que, um dia,
esta rosa me traga alegria.
Aos meus olhos orvalhados,
pelo pranto tão derramado,
Pois nesta exuberante flor,
a certeza do meu desamor;
nesta menina tão formosa
o espinho pontiagudo da rosa.
Luz (MG), 06 de julho de 1983.