Barulho
Barulho
E eu sou todo esse barulho contido,
Os ecos guardados dos teus gritos,
O timbre soprado da tua rouquidão,
O tom delicado que a tua boca toca.
E assim quando vens e vês silêncio,
Teu ser fala e te respondo no pensar.
E se soubesses o que há aqui dentro,
Jamais demorarias por me procurar.
Quiçá não entendas a força contigo,
Ousando palavras para me provocar.
Usando estilística para me ter cativo,
Nuances que fazem meus olhos fitos.
Meu bem que chega tomando meu ar!
Vermelho na face e os meus calafrios.
Teus atos me fazem na pele arrepios,
E presto és cobertor quente de um lar.
Atine ao barulho que há neste silêncio,
Sou espaço vazio até que aqui estejas,
Reproduzindo nas tuas fontes internas
A sinfonia que me faça ser tudo para ti.
Paulo Victor