A DAMA DE FERRO NO JARDIM DE CRISTAL.

Era um domingo,

Era primavera,

E na cidade dos cristais reluzentes,

Onde as flores brilham como ouro,

Onde os perfumes são mais intensos,

E as praças são jardins suspensos,

Exalando o amor absoluto,

Em um clima de paixão arrebatadora,

E lá estávamos reunidos,

Ocultos aos olhos do amor.

Era a mais bela das primaveras,

Nunca antes vistas na cidade de cristal,

Era uma manhã de domingo,

Os pássaros cantavam na janela,

Canções de amor, canções da inocência,

Estendida em um magnífico manto,

Sua majestosa face ainda adormecida,

Repousando em macios lençóis,

Quanta beleza em um só ser,

A dama de ferro não despertou ainda.

Bastou apenas a luz primeira da manhã,

Beijar-lhe a face adormecida,

Para ela despertar em um instante,

O sorriso de anjo ledo,

Enfeitou a primavera com mais beleza,

Encantado, eu a observava,

Em meu silêncio poético,

Rabiscava no âmago do coração,

Meus primeiros versos de amor,

Versos desconhecidos até para mim.

Quando finalmente todos despertaram,

Passada a primeira hora matinal,

Nos dirigimos ao salão Central do Palácio

Uma grande mesa estendida,

Na extensão de olhares gulosos,

E lá estava ela,

A dama de ferro desfilando sua beleza,

Eu, solitário poeta do pensamento,

Em silêncio a observava,

Meu coração em silêncio se enamorava.

Estavamos todos reunidos,

Eminentes figuras daquele reino,

Todos, alegres dialogavam à mesa,

Saboreando as delicias do reino encantado,

Feitas por mágicas mãos da cozinheira real,

Enquanto despercebida a dama conversava,

Discretamente eu a admirava,

Ninguém notou que eu a observava,

Nascia naquele áureo momento,

O meu proibido amor a dama de ferro.

No decurso daquele dia,

Caminhamos pelos mais belos lugares do reino,

Cachoeiras de águas cristalinas,

Os jardins suspensos das fadas mágicas,

O jardim mágico das flores bailarinas,

A cada momento, uma belíssima surpresa,

O reino era extenso por demais,

Havia ainda, muitas coisas a serem vistas,

Como a montanha de cristais reluzentes,

E o relógio gigante feito de flores.

Aquele foi um dia inesquecível,

Foi o dia em que o amor nasceu em mim,

A dama de ferro resplandecia sua beleza,

Nas flores ela causou inveja,

Que desfalecidas por seu encanto,

As flores beijava-lhes os pés com suas pétalas,

As rosas perdiam o rubro escarlate,

Ao mirar diante de si tão bela face,

Meu coração foi entregando-se,

A cada despretensioso sorriso.

O amor surgia como o sol pela manhã,

Um pouco tímido no começo,

Se arrastando horizonte acima,

Até mostrar-se em toda a sua força ao meio dia,

Assim era o meu amor a dama de ferro,

Forte como o sol em pleno dia,

Aquecendo o coração deste poeta,

Enlouquecendo a sua pobre alma,

A proibida dama de ferro,

Com seu proibido amor de primavera.

Como não sucumbir a tais encantos,

Como não sucumbir a tais olhares,

Como não sucumbir a tais sorrisos,

Como não sucumbir aos toques de suas mãos,

Como não sucumbir a este divino ser,

Eu era a sua vítima,

Aprisionado no calabouço do seu olhar,

Negros olhos como a noite,

Amor meu grande amor,

Amor eterno amor.

Os dias passaram rápidos,

E logo deixamos aquele esplêndido reino,

E as suas fantásticas criaturas mágicas,

E os seus tesouros inigualáveis,

O que mais encantou-me naquele lugar,

Foi a dama de ferro e a sua beleza,

Foi o universo que ela trazia no olhar,

Nasceu naquele inesquecível dia,

O amor em meu coração de poeta,

Proibido amor a dama de ferro.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 20/08/2017
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