PALAVRAS

Não irei me prolongar nas palavras que o vento leva,

Mas as memórias em seus ramos fazem das doces lembranças um jardim secreto,

No dia em que eu, pássaro ferido olhava as nuvens desenhar o céu azul,

Nas corretes dos ventos eu desejava me lançar,

Mas as asas quebradas me lembravam o peso da dor,

De quem olhava o horizonte e não podia voar,

Meu canto era liquidez de agonia,

Admirado por quem ali contemplava,

Cantava para respirar, chorava para aliviar.

Não, não irei me prolongar nas palavras que na areia as ondas apagam,

Mas as memórias em seus ramos fazem das doces lembranças um jardim secreto,

No dia que no limite da desesperança era esquecido em minha dor,

E sentenciado por mim mesmo sem encontrar motivos para o auto perdoar,

Apenas os flagelos de minhas próprias acusações,

Então como poderia um olhar chegar de repente e se externar como o sopro da minha paz,

Como poderia sua presença me fazer acreditar que um pássaro ferido voltaria a voar,

E sem explicação, no vale do desespero uma flor nasceu aos seus cuidados,

E o pássaro que era ferido voou de alegria e fez um abrigo seguro sob de suas asas.

Não, as palavras não poderiam descrever,

O que os olhos dizem em silêncio,

O que os risos expressam na face,

Que faz o coração acelerar,

Não, as palavras não poderiam descrever,

E nem mil anos de poesia poderiam colorir,

Tampouco a mais bela música de amor saberia explicar,

Que toda a felicidade e gratidão que me explode no peito,

Emanam deste amor que sinto por ti.