Entre idas e vindas...
 
Oh sentidos que alucinam a alma andante,
Vertiginosa penumbra que enfraquece meu suspiro...
 
Sob a terra calço as sandálias que não machucam
Não há pegadas nos passos que não deixam alegrias,
Há apenas rabiscos que contornam na linha da vida...
 
Oh desejo que permite aos olhos veem o fiasco do tempo,
Haverá tempo quando não se deslumbra a vida?
Ou apenas o medo da sombra da face, em casulo de redenção?
 
Deitar-se não refaz os pedaços quebrados,
Nem permitirá que o corpo se torne um grão lasso ao vento,
Permitir que as correntes se fechem
Desfaz o ímpeto da áurea que segue com asas...
 
Oh dor que alastra a angustia em um vadio viajante do tempo,
Envolver o deserto no cunho de uma mente sem luz,
Faz o encalço de um negro destino
Acasalar o pó entre o viver e a teia da desavença...
 
Oh sementes que no sorvo de um destino livre
Escravizou o suspiro inerte ao vão de uma intensa cela,
Tirou-me a inspiração refletida na paisagem crível,
Levou o fôlego soprado ao sugo da nova estrada...

 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 18/08/2017
Reeditado em 24/08/2017
Código do texto: T6088021
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