ENTRE LINHAS DA POESIA
Poesia tem cor, sabor e cheiro,
Cheiro de amor, de paixão;
Amor é intrigado, é entrelaçado,
É amarrado, é leve e é solto,
Amarrado por amarras que não soltam,
É leve pelo peso do voar juntos;
Solto? Solto para ir e ficar.
Poesia enfim; invade o peito e em devaneios,
Toca órgãos e vísceras, revirando o estomago vazio,
As tripas entrelaçadas em nó, que doí pela ausência,
Os braços que anunciam dor de distância, pernas que refletem o querer ir onde está,
Coração nem se fala; não cala e através do suor, exala...
O cheiro que vem das entranhas, estranhas inabitáveis por pensamentos,
Estranhas entranhas que não denotam o que está ali,
Apenas dois sentem, não é só paixão; mas...
Um amor apaixonado, cansado de gritar, chorar, sangrar e não ser notado;
Amor nunca visto, não explicado, maltratado, doído e abandonado...
A esse amor por muitos desejado e por alguns rejeitados, negado, maltratado,
Poesia, nada vale; mas vale ser poeta desesperado sem rumo, sem destino;
O remédio do amor é único; tem um nome...
Você...que sabe a medida do ar para respirar, do gole a ser bebido,
A dose certa; em poesia é impossível explicar o quanto vai sangrar;
Esperar o remédio que deixa faltar, poesia, não;
Poema, uma declaração de dor que o olhar pode curar...
O corpo reclama, a dor sente apenas quem ama; a poesia segue a música;