Só não diga que me ama!
Me ame no olhar, no falar, no cuidar
Me ame ao brigar, reconciliar, ao abraçar
Me ame nos "bons dias" e nos ruins também
Me ame ao entardecer, nas mãos entrelaçadas ao caminhar na estrada
Me ame ao comer pipoca e saborear chocolate quente
Me ame ao sentar num balanço e sentir o vento na cara
Me ame ao olhar para o céu e durante todas as estações
Me ame ao admirar uma flor, sentir o seu perfume e notar que tem espinhos
Me ame na poesia, nas pizzas com bordas recheadas, numa taça de vinho
Me ame ao admirar a lua, o mar, o céu
Me ame na simplicidade complexa que sou, no mistério que tentará desvendar, mas não terá êxito.
Me ame em meio ao riso, choro, gritos
Me ame pela coragem que acha que tenho, pela chatice que sou e pelo medo de baratas (Principalmente as voadoras. Por que precisam ter asas? Por quê?)
Me ame por meu senso crítico, teimosia, persistência
Me ame pelo sorriso desconcertante quando sou elogiada e pela ira no olhar de quando sou ignorada
Me ame por minha doçura e brutalidade
Eu sou assim: dicotomia, mel e ferrão, azedo e doce - agridoce.
Sou tantas que você até desistiu de contar
Me ame na solidão, na ventania, na tempestade
Me ame mesmo desajeitado, assim, sem saber amar
Me ame até quando não sentir mais vontade
Só não diga que me ama!