Maçãs Envenenadas
Engana-se quem encanta-se com pouco,
Um envenena o outro para ser a sua cura.
Bem no fundo, haverá de soprar rouco,
Outro coração que reclama desta fissura.
Quem ama já se algema antes da hora,
E perpetua o apreço pela própria arapuca.
A paixão passa enquanto valsa a sepultura,
A carcerária chama, e quem ama se machuca.
Há amor que não seja polissíndeto da loucura?
Hernán I de Ariscadian - Maçãs Envenenadas.