Essas tuas covinhas


Deleito-me ao ver-te deitada em meu leito,
Com os braços sob o rosto, em decúbito,
Por instantes que transcorrem como se de vício,
Por certo no aguardo de que, de súbito,
Eu te abrace e te acolha em meu peito...

Mas me contenho a te mirar, como se Bernini
Hesitante a exultar ante sua obra prima,
Ou como o príncipe dos poetas, Vinicius,
Em busca da palavra certa que exprima
O enlevo visto acima da linha de teu biquine...

Essas duas covinhas gêmeas em tuas ancas,
A delimitarem o relevo suave de tuas nádegas,
A se exibirem para mim, sem qualquer resquício,
Convidativas a que as use como almofadas
Em sonhos a que nos lançamos em anseios de crianças.

Felizmente, poucos sabem o quanto há escondidas
No fundo de duas covinhas semelhantes as tuas,
O que pude comprovar há muito, desde o início,
Ao sentir-te confiante em meus braços, nua,
No gozo de encontrarmos juntos o sentido da vida...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 15/08/2017
Reeditado em 12/04/2018
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