Pensando em ti
Surges num sonho, na penumbra de meu quarto, na madrugada fria. A imagem é límpida, como felizes e nas poucas vezes em que estivemos juntos, às vezes apenas no mundo virtual, quando nos afogávamos num mar de magma onde se nos afoguearam as vontades sentidas.
Cativei teu coração e tu cativaste meu espírito; inspiravas o conteúdo dos meus versos dando-lhes luz, perfume e harmonia, enquanto eu apenas cuidava da simetria antológica na singeleza do meu eu.
Não és mais um sonho e sim gigantesca saudade, amor sofrido que se foi nas brumas sulfurosas da vida. Sinto teu cheiro e pensamentos no vento, à guisa de uma brisa fugidia, tais quais penosos lamentos; ouço a estrela e flor azul dos meus devaneios no seu sofrido tormento por estar encoberta apenas pela turvação do firmamento.
Nada me pedes, nem me diriges a palavra, pois comunicamo-nos por sublimes e sutis pensamentos através de ondas energizadas pela força da paz, pelo amor que nos conduz como assexuados querubins ao Éden dos justos no mais recôndito paraíso dos mais puros seres imortais.
Sinonimizar tua imagem a uma flor não me é difícil. Pois tal qual impalpável e delicada orquídea, brilhas em meu jardim agitada, feliz com meus cuidados. Dou-te minha água mais fresca e meu humo mais nutriente apenas com o fim de sentir tuas vibrações em forma de agradecimento sentido e assomado.
Nada quero de ti, apenas que me concedas a felicidade de permanecer ao teu lado sentindo tua aura coloidal, paz extremosa e edificante virtuosidade angelical.