Ainda Que Tudo, Sem Amor Tudo É Nada

Ainda que eu contemple as seis dezenas premiadas

De uma aposta acumulada em um bilhão de Esterlinas

Sem o teu carinho, eu seria um miserável, um ser triste e detestável

Pois não há riqueza infindável que compense ser sozinho.

Ainda que eu receba a concessão da vida eterna

Em um castelo em Bruxelas ou numa das ilhas Maldivas

Sem teu coração, o infinito é puro tédio, sofrimento e sacrilégio

Pois o mundo é um deletério sem teu corpo para amar.

Ainda que eu fosse restituído de uma lepra

Em um quadro irreversível em que eu perdesse as minhas pernas

Sem o teu perdão, me inclinaria ao suicídio

Pois você é a tradução e minha única ambição de viver e me achar vivo.

Ainda que eu fosse o homem mais inteligente

Que transcendesse a metafísica e contradissesse Immanuel Kant

Sem a tua vida, eu seria um ignorante, um ser mesquinho e arrogante

Pois até Nietzsche é pedante por não ter lido a tua íris.

Pedro De La Rosa
Enviado por Pedro De La Rosa em 10/08/2017
Reeditado em 03/01/2024
Código do texto: T6080001
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