Em meus sopros que sonham...
 
Eu poderia ter meus olhos,
Não esses que vêem as coisas visíveis
Mas aqueles que pudessem enxergar a verdade em almas...
 
Eu poderia ter meus ouvidos,
Não esses em que ouço as vozes alheias,
Mas aqueles que pudessem ouvir o eco sincero do destino...
 
Mas nada posso,
Senão seguir apenas os passos determinados ao meu caminho,
Segui-los com sinceridade
É erguer minha alma cansada em preces diárias,
Fazer meu fardo ser leve como algodão ao vento
É aceitar que posso lutar e vencer minhas próprias batalhas...
 
Eu me julgo imaturo ao meio de mentes menores,
Porque não sei nascer por mais de uma vez,
Sei apenas que não somos iguais
E que o alheio é aquele que se deve respeito e sinceridade...
 
Se ao mundo foi permito mudanças em atos
Não praticarei o abusivo da continência,
Sentirei o amargo por me excluírem de turmas em rodas
Mas não serei eu a tentar mudar
O que em mim foi permitido nascer apenas por uma vez...
 
Eu entrego as celas aos cárceres
Esses que se fazem fiel ao obscuro da ignorância,
Sem temer o que o novo dia reserva
Eles entregam-se as fartas e insensatas palavras...
 
Corram aqueles que em pernas fortes sustentam sua fé,
Sorriam aqueles que em seu sorriso superam tristezas e dores,
Calem-se aqueles que não queiram ofender com palavras amargas,
Durmam aqueles que não temem o sono profundo,
Acordem aqueles que mereçam o alvorecer molhado ao doce orvalho,
Abracem aqueles que sintam o espírito livre de preconceitos,
Beijem aqueles que em coração sabem ofertar o dom de amar,
Flutuem aqueles que ao vento entregam seu corpo e mente sincera...
Mas aos que nada disso o conforta...
Então...
Renasça em uma vida que lhe oferece um mundo de flores,
Beije o majestoso entardecer com o sol em luz de perdão...
 
Assim terás a renovação em teu peito
E não sangrará em batalhas vencidas,
Terá em teu punho a serenidade de deuses sagrados,
Saberás recorrer à luz que brilha no distante horizonte,
Cavalgarás radiante por relvas perfumadas
E deitará no leito calmante do eterno perdão da vida...
 
Sejas tu o que for,
Desejes tu o que desejar...
Terá se não esconder de ti tua própria verdade,
Não que ao mundo sejam necessárias tuas confissões,
Mas despido de tabus em altares de real sinceridade
É que deves ofertar o que a ti foi presenteado nessa vida...

 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 10/08/2017
Reeditado em 10/08/2017
Código do texto: T6079789
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