Em minhas vestes...
 
Eu não me vejo nas belas janelas
Que em olhos alegres
Já foram janelas inteiras,
Eu não encontro minha sombra
Em janelas tristes
Que hoje estão quebradas...
 
E das vidraças fúteis que refletiam meus anseios?
Onde estará a paz do desespero da minha alma inquieta?
E minhas novas buscas?
Onde estará a força que levantará o olhar?...
 
Como serão as pessoas que passam por mim?
Algumas passam como o simples vento...
Nada sei sobre elas,
Se elas sorriem não sei se são verdadeiras,
Se estiverem descontraídas não sei se também estarão tristes...
 
Olho com os olhos nefastos de agonia,
Não que as desprezes...
Mas por nada sentir sobre essas almas que me encontram...
 
Eu observo as vidas andantes em vultos de vidas,
Vidas que são reais em caminhos de barros ou de asfalto,
Tantas pisam no singular do próprio orgulho,
Eu também já pisei assim...
Já coloquei meus passos em cristais de ilusões,
Em sandálias de ambição eu pisava no ventre da vida
E em vestes de desejo eu ostentava a mentira...
 
E elas?
Essas pessoas que vão e vêem...?
Elas têm rumos?
Assim como eu almejava ter dias passados?
Elas sofrem, amam, choram ou sorriem?

 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 10/08/2017
Reeditado em 31/07/2021
Código do texto: T6079787
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