Alteridade

Aprendi, a no outro, me ver,
Como num espelho, ser,
O reflexo de mim mesmo.
Vi imagens deformadas,
Até mesmo, caricaturadas,
Na forma de ver o mundo.

Vi a face do egoísmo,
Olhei de perto o despotismo,
E as agruras da miséria.
Senti as dores da fome,
Daquele que quer, e não come,
E os miasmas da matéria.

Aprendi a ser o que sou,
De quem foi amado e amou,
A sentir as marcas que o amor deixou.
Percebi que nada é eterno
Dentro da própria eternidade,
E que o amor é a fonte da felicidade.