Íntimo
A manhã parece que nasce dos teus olhos
do teu canto de pássaro.
Meu corpo aninhado ao teu casaco de lã
teu corpo misterioso como vale transbordando em silêncio.
Cada gesto desenha teu rosto
exprime o bocejo remansoso a alma cedida
o teu corpo íntimo ao meu estuando todo calor
em Ventura com a vida.
Impregnam a tua presença todos os perfumes
todos os murmúrios e balanceados
pousa-se em meu peito teu rosto frágil
deita-se em teu leito meu corpo livre.
Rolam-se no ar amornado um ritmo lento e calmo
como a sensação da água caindo depois da chuva
pingando em galhos lavados escorrendo em pétalas macias
gota a gota
pingando amor em corações vazios.