A mulher e o seu negrinho
Ela trazia nos braços
Um negrinho
Desamparado
Era seu filhinho
Um menino
Esguio
Magrinho
Desprotegido.
Ambos procuravam
Proteção
Alguém que lhes ajudasse
Que os amasse
Os amparasse
E pelas ruas caminhavam
A procura de ajuda
De alguém que olhasse
De uma forma diferente
Eram sobreviventes
Inocentes...
Andavam sozinhos
Pelas ruas
O menino era
Fruto de um amor perdido
Mal vivido
Mal amado
Dividido
Que ela carregava no colo
E levava consigo
Mas ela se sentia
tão sozinha...
Que a solidão doía
Machucava por dentro
Se pudesse pedia socorro
Se pudesse amava de novo
Alguém que não a machucasse
Que a guardasse no seu ninho
Que a amasse e aceitasse
Ela e seu filhinho...
Doía na alma
ver almas tão raras
Tão preciosas
Desamparadas
E no seu olhar tão meigo
Tão sofrido
Não tinha mais esperança
Nem no olhar dela
Nem da criança.
Meu Deus os ajuda!
Dói ver e não poder
fazer nada.
Se eles soubessem
Que eu os amo.
Mudariam-se os planos.
Os ajuda Senhor!
A sobreviver
Os ajuda!
Não os deixe morrer!
Tem piedade Senhor
Dos órfãos e das viúvas