A mulher e o seu negrinho

Ela trazia nos braços

Um negrinho

Desamparado

Era seu filhinho

Um menino

Esguio

Magrinho

Desprotegido.

Ambos procuravam

Proteção

Alguém que lhes ajudasse

Que os amasse

Os amparasse

E pelas ruas caminhavam

A procura de ajuda

De alguém que olhasse

De uma forma diferente

Eram sobreviventes

Inocentes...

Andavam sozinhos

Pelas ruas

O menino era

Fruto de um amor perdido

Mal vivido

Mal amado

Dividido

Que ela carregava no colo

E levava consigo

Mas ela se sentia

tão sozinha...

Que a solidão doía

Machucava por dentro

Se pudesse pedia socorro

Se pudesse amava de novo

Alguém que não a machucasse

Que a guardasse no seu ninho

Que a amasse e aceitasse

Ela e seu filhinho...

Doía na alma

ver almas tão raras

Tão preciosas

Desamparadas

E no seu olhar tão meigo

Tão sofrido

Não tinha mais esperança

Nem no olhar dela

Nem da criança.

Meu Deus os ajuda!

Dói ver e não poder

fazer nada.

Se eles soubessem

Que eu os amo.

Mudariam-se os planos.

Os ajuda Senhor!

A sobreviver

Os ajuda!

Não os deixe morrer!

Tem piedade Senhor

Dos órfãos e das viúvas

Maria Eugenia Santos
Enviado por Maria Eugenia Santos em 08/08/2017
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