Enquanto de mim, ausente
Escondo-me no oculto horizonte
Onde só o vento possa me abraçar
Fazer-me sentir a doce leveza de onde
Só em seus lábios pude encontrar
Estar diante de um pesadelo
Perder-te para o âmago do deserto
Vazio, solitário, distante e amargo de certo
Um doce amor poderia derreter tal gelo
Contrários antônimos
O avesso que se revirou
Como é duro estar do outro lado
Este, fui eu primeiro que te revelou
Como solucionar o esquecido
A fórmula que se apagou
Voltei a ser um bom coração
Diferente daquele que abandonou
De onde veio a solução
Que me fez resgatado de lá
Diferente claro, com muito a enxergar
Mas o mesmo velho bobo em paixão
Linhas que se cruzam
Sem jamais se tocarem
Como pode ser possível?
Onde foi parar
O ângulo de encontro do nosso olhar?
Quando um coração pode se tornar inacessível?
Que venham as lutas
Que venham as enchentes
Após o sol me ilumina a lua
Ó Caminhada me leve
Àqueles lábios sorridentes
Que por mim buscou
Tanto se fez presente
Tanto amou
De força sem precedentes
Que por amor procurou
À luz me trouxe, paciente
Enquanto me perdia na escuridão
Me amou mesmo enquanto estive ausente
Agora tudo se inverte
Não é certo que eu fuja
Que eu fique e conserte
Esse contágio que o amor anula
Que ao fim tudo retome
O seu lugar pertencente
Que esses erros jamais retornem
Que de mim, jamais volte a ser ausente