E Tu Dormes
Assim, nudez inteira, adormecida
e ao longe o ninguém das aves e das pedras,
do azul profundo,
o resto do mundo distante.
Sou eu brisa, a doçura do vento a afagar-te a pele,
eu o olhar que exclui a terra para ver-te fragilidade,
outra cidade, gosto de sol.
E voo como um condor, altero a rota e a altura,
raso-te para sentir mais perto,
asa silenciosa, ainda suavidade.
E tu dormes.
Ausente nada sabes de mim que sou olhar e brisa,
voo de condor, azul e espuma, ainda distância,
vontade de te levar por onde nenhum sonho
te afaste do meu peito, da minha boca,
de todo o corpo, este barro onde marco sensual
o prazer forte da sede.