Vou tocando

Vou tocando, o meu berrante

No sopro, esvaziava o peito

O destino era certo,corria contra o tempo

O amanhã está distante, agora que importa

Focava no caminho, pois ele é traiçoeiro

Conduzindo a boiada, caminho adentro

Deixando as mágoas, pelas estradas

Parti em caravana, deixei a choupana vazia

O boi arredio amuava, atrasando a boiada

Outros se embreavam, pelos matos

O vaqueiro com seu, gibão de couro

Driblava as juremas, atrás do gado

Esperava encontrar, nas currutelas

Uma rapariga, para aliviar, a tensão da lida

Armava acampamento, a beira da fogueira

Com sua viola dedilhava, olhava as estrelas

Moda de viola ele entoa, tangendo a tristeza

Da bela cabocla, que deixou para trás

No seu relógio de bolso, a sua fotografia

Para não deixar cair, no esquecimento

A sua lembrança, cada galope dado

Pelo companheiro, a distância aumenta

O meu medo de não, retornar me avexa

O vento sopra na minha, face às carícias

Que me faz falta,fecho os olhos para sentir

A sua presença, a me acompanhar

Osvaldo Teles

Osvaldo Teles
Enviado por Osvaldo Teles em 03/08/2017
Código do texto: T6072896
Classificação de conteúdo: seguro