Simbiose

Das coisas que nos separam

Não sei se culpo o tempo ou o vento

Culpo você

Pois eu pelo menos tento

Que tragédia achar culpados no amor

Ao invés de achar uma solução

Que catástrofe natural

Éramos simbiose em evolução

Suas obviedades eram imprevisíveis

Suas futilidades eram necessárias

Ela perguntava quais as minhas intenções

Eu respondia: “várias”

A sua forma era perfeita

Curvas tropicanas

Achei significado

Até nas poesias parnasianas

Ela é a prova real do clichê

O clichê existe por causa dela

Assim como o Sol

Numa folha qualquer de “Aquarela”

Mas o futuro não estava ali

Esperando pela gente

Ele estava ocupado demais

Atrapalhando o presente

E eu ocupado demais

Planejando o futuro... demérito

Agora gasto o meu tempo

Escrevendo o pretérito

Mais-que-perfeito (espero)

Ir ao litoral para olhar as estrelas

Deitado em seu colo

Você respirando

Vendo os planos que eu bolo

Torcer pra não ser mais uma

Das ilusões amorosas

Constelar o céu da sua boca

Lume das estrelas mais brilhosas

Delinear a lua na rota

Embaralhar o céu e mar azul

Criei um novo zodíaco

As pintas do seu rosto indicavam cruzeiro do sul