Meus mistérios

Então me olhe, repare

Eu não estou aqui de graça

Vê se some

Ou passe

Não deixe rastros pela estrada

Os meus olhos já cansaram

De te ver passar e gritar a solidão

Que passou a habitar

Eu nada pude fazer

Assisti ao amanhecer e a você partir

Onde houve equívoco

Onde deixou de haver o que devia

Jurou não ter sido nada disso

Em teus anseios e objetivos, faço-me desentendida

Para provar da amargura do estar arrependida

Pode o mundo exaurir suas farsas e clamar

Por liberdade da sua discórdia

Dualismo mente-corpo tecla e faço-me exibida

Forcei nascimento do rancor

Mas, o coração confundiu e me trouxe o amor

É para fazer chorar

Queria poder voar, e voar, e voar

Mas, acorrentada eu vim

E o seguro é, aqui, estar

Não enxergo o além

Não quero nada mais

Ai de mim que sou melancólica

Andei muito cansada

Tornei-me planeta inabitável

Meus mistérios e estranhezas

Segredos um tanto decodificáveis

Quem sabe um louco chegue

E decida ele ficar

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 01/08/2017
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T6070761
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