Uma mulher
Definhou aquela mulher.
Apequenou-se
Adentrou as portas do luto,
E ali sentou-se.
A ver a morte
Do que a mantinha viva.
Fez-se gélida e longa a madrugada
A qual suportou calada
Imperioso cumprir etapas
De uma formalidade
A ela irônica
Um descaro até...
Mas sentida estava.
Com raiva e mágoa.
Precisava dos protocolos todos
Para que nem cinzas sobrassem
Daquele amor jazido e querido.
E sentada permaneceu
E mil cafés, a si ofereceu.
Enquanto sozinha se lembrava
De ternuras miúdas
Dessas que fazem a beleza da flor
E apuram a grandeza do amor.
Mas como o viver exige
Ela da cadeira se levantou
E tão só caminhou.
Uma ave voou
Linda, poderosa
Livre, garbosa.
Dorothy Carvalho
Goiânia-Goiás