Devaneios da saudade
Quando bate a dolência
Quando a saudade maltrata
Vou proseando silente
Abraçadito a guitarra
Ao mirar as lonjuras
Dando redea ao pensamento
Nos trigais vejo seu rosto
Desenhado pelo vento
Esse lindo rosto trigueiro
Da vida a esse lugar
Embeleza essas planuras
Fazendo o guasca sonhar
Sonhei nosso ranchito
Aqui mesmo neste pago
Três ou quatro gurizinhos
Correndo por todo lado
Linda guria... formosa
Cabelos negros ao vento
Vestido de chita surrado...
Não me sai do pensamento
Tu partiu e me deixaste
Buscando um outro rumo
Solidão aperta o peito
Quem sabe ainda acostumo
O que é bom tem um fim
Findou um sonho lindo
Para ti canto esta copla
Ao trotear desse meu pingo
Cantar saudades faz bem...
Me conforta e trás a calma
Ameniza as cicatrizes
Da solidão que dói na alma.