Coro das águas
Choram as águas na cachoeira,
infinito véu claro e denso,
desprovida de palavras. Eu...
rio em compasso lento.
De onde vens, para onde irás?
Deus, só o tempo, infindável acalanto,
tempo de véu, de rezas, de lamentos,
pulsa no peito uma saudade, um pranto.
Fugaz, mas valente olho à frente,
rabiscando os entremeios,
desenho em letras, "a gente"!
Em descaminhos, ouço teu olá,
sorrio, miragem, voz das águas,
cintilante, teus olhos falam, vem cá!
Marilu Fagundes