Redontilha do Dito Amor

Tentarei com as palavras que sei,

Dizer-te o que sinto por ti,

No silêncio profundo que penso,

Quando distante do que passei

Num passado que adorei e sofri

Fui maltratado, mas o preservo,

Pois o que seria de mim sem o que vivi!

Portanto Die saibas que o ciúme é pecado!

Devora a alma e enfraquece o coração,

E é por isto que chamo sua atenção,

Para o que hoje vives ao meu lado,

Já que isto tudo é mais que uma emoção,

É um fruto paladino dos Céus, uma benção,

Um olhar maculado de Deus sobre nossos destinos...

Sendo assim, entendas que o amor é convivência,

É o centeio da troca de nossas gentilezas,

Nasce ingênuo na reunião de dois corpos,

Que se desejam na mais pura essência,

Mais do que as ondas do mar às areias,

Mais do que os lagos as flores de Lótus,

Mais do que as montanhas às nuvens!

É um palco que clama aos quatro elementos

Perguntarem, como é viver a dois,

E qual o papel de cada um neste roteiro.

Respondi que o fogo é febre, a água é lagrima,

Uma vez que o ar é o fôlego do amor em Sóis,

Que iluminam a terra neste Outeiro,

Onde cativo em ti, Noviça, meus amores!

Não tenha, então, lamúrias do que convivi,

Zelo pelos vários e desastrosos tinos,

Posto que o pretérito nem vaga-lumes

Conseguem abrilhantar o que foram dores,

E que hoje se encontram alistadas na legião

Do olvido das lembranças não queridas,

Pois só tu és o que espero do amanhã de minhas vidas!