Fases

Enfrento um dilema constante

Quem me dera se fizesse

Por descuido, transitório

Teria eu a necessidade do caos

Acompanhado da ilusória saciedade?

Proponho-me a imaginar

As soluções vêm trajadas de luto

Logo eu, que me atento a fugir de obscuro

Se ambos os lados

Oferecem-me um mesmo final

Que acarretam descontentamento total

Não desenho-me sozinha no quadro

Tampouco, sujeita ao seu modo falho

É que meu pranto se fez encanto

E, em suas curvas, medos e fugas

Eu espero fazer a minha noite

Não cabe a mim a audácia do "adeus"

"Estranheza", cogito, me ver imersa

Em um mundo tão distinto e que não me agrega

Em sua natureza, ao passo que o estranho

Virou comodidade e dele faço uma metade

Que não chega a formar o inteiro com pedaços

O pouco repleto do muito me fez

Enxergar beleza, onde não havia

Talvez, possa ter sido meu maior engano

Mas, eu o cometeria mil e outras vezes

Que é para ir remando

A favor desse seu abraço

Que seja assim o nosso fim

Se posso eu escrever tal pronome possessivo

Sem muitos dizeres, olhares, toques

Somente, uma despedida

Como se fôssemos mais uma página perdida

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 26/07/2017
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T6065026
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