Era pra ser. Não foi.

Me perco nas lembranças

Me perco em andanças

Ando relembrando

Vivo chorando

A surpresa mais secreta que já me preparou

De tão secreta que foi

Nunca chegou

Um altar, uma lista

Um cardápio

Um vestido

Um dia também um filho,

Mas o dia não chegou

Chegou o ano novo

Chegou a decisão

Chegou o fim

O meio passou

Um ano.

Comemoração do fim.

O amor acabou.

Nem festa teve, nem noiva, nem noivo

Nem bolo.

Nem aliança, nem arroz

Sem meio

Pulamos para o fim.

Agora vivo a dor

Vivo a frustração e a precipitação do novo amor

Vivo, mas o coração morto está

Vivo o presente,

Mas corpo e mente do passado e futuro querem lembrar

Vivo errando

Buscando hoje o passado esquecer, o presente concertar e no futuro crer

Vivo, recomeço, todo dia, o fim que no meu peito está.

Paula Razzaboni

PAULA RAZZABONI
Enviado por PAULA RAZZABONI em 25/07/2017
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