Era pra ser. Não foi.
Me perco nas lembranças
Me perco em andanças
Ando relembrando
Vivo chorando
A surpresa mais secreta que já me preparou
De tão secreta que foi
Nunca chegou
Um altar, uma lista
Um cardápio
Um vestido
Um dia também um filho,
Mas o dia não chegou
Chegou o ano novo
Chegou a decisão
Chegou o fim
O meio passou
Um ano.
Comemoração do fim.
O amor acabou.
Nem festa teve, nem noiva, nem noivo
Nem bolo.
Nem aliança, nem arroz
Sem meio
Pulamos para o fim.
Agora vivo a dor
Vivo a frustração e a precipitação do novo amor
Vivo, mas o coração morto está
Vivo o presente,
Mas corpo e mente do passado e futuro querem lembrar
Vivo errando
Buscando hoje o passado esquecer, o presente concertar e no futuro crer
Vivo, recomeço, todo dia, o fim que no meu peito está.
Paula Razzaboni