PEDAÇOS DE MIM
Não sei se por descuido ou mesmo por inércia
acabei deixando nas margens de cada uma das
estradas por onde caminhei um pedaço de
mim em forma de lágrima.
Quiçá a causadora da sucessão de tais eventos
foram os momentos regélidos em que me vi sozinho,
quando aquelas lágrimas tornaram-se imensas e
caudalosas cachoeiras por todos os lados...
As águas de cada uma delas transformavam-se EM
precipitações copiosas tal qual aquelas que se atiram
de cima para baixo para depois caminharem entre as
pedras existentes no âmago da solidão da floresta.
Ah solidão! Quantas vezes declarei que era a
minha e única companheira muito embora escoltado
por uma sensação de abandono ou rejeitado mesmo
vivendo entre uma multidão de pessoas...
Depois de um longo percurso as lágrimas desaguaram
nas águas do mar e depois de saudadas, foram conduzidas
aos abismos ali existentes cumprindo-se também a
predestinação de viverem isoladas...