CELESTIAL
Já não sei o que tenho, mas é algo sem fim.
Uma saudade do nada invade o que sobrou
Do amor que senti e se esconde em meu peito
Eu procuro e não acho o que havia em mim
Pergunto por onde andou, o que enfrentou
Ou se amou esse amor que pisou em meu leito
Só me resta pensar (e despertar)
Que o amor dos amores, com que sempre sonhei
Só se vê em novelas, em livros de altar,
Nas letras em braile que não se enxerga sem arte,
Em filmes de princesas e espadas de lei
Ou nos solos das guerras ensinadas por Marte
Esse amor que me atrai, me olha e seduz,
Deve estar por aí escondido e sem luz.
E eu, pequena Selene, sem carruagem,
Ando por celestes e escuros lugares
Bem distante de livros, sons e imagens
Sou como Plutão no inferno dos mares.