CELESTIAL

Já não sei o que tenho, mas é algo sem fim.

Uma saudade do nada invade o que sobrou

Do amor que senti e se esconde em meu peito

Eu procuro e não acho o que havia em mim

Pergunto por onde andou, o que enfrentou

Ou se amou esse amor que pisou em meu leito

Só me resta pensar (e despertar)

Que o amor dos amores, com que sempre sonhei

Só se vê em novelas, em livros de altar,

Nas letras em braile que não se enxerga sem arte,

Em filmes de princesas e espadas de lei

Ou nos solos das guerras ensinadas por Marte

Esse amor que me atrai, me olha e seduz,

Deve estar por aí escondido e sem luz.

E eu, pequena Selene, sem carruagem,

Ando por celestes e escuros lugares

Bem distante de livros, sons e imagens

Sou como Plutão no inferno dos mares.

Ziza Saygli
Enviado por Ziza Saygli em 23/07/2017
Reeditado em 23/07/2017
Código do texto: T6062852
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