"O Tempo tem seu Tempo".
Ilusões que anunciam um sofrimento,
mas que partem com tempo.
Retratam o esboço de um ensaio anunciado,
entre os passos em uma tarde de outono.
Sem palavras próprias, indago o curso da história,
que deu-me como leito as ruínas de seus dias.
Mas sem forças fugi, me esquivei de uma rapariga aflorada,
e sobre a morte do passado, chorei.
Iluminado pelo brilho de uma lamina afiada, que corta a alma,
desviei das lembranças e desabafos, para ouvir o som de tantas águas.
Alcançadas pelo êxtase em dias imortais, mais que ataviados foram,
nas lembranças que o menino sonhou.
Onde está seu pranto menina perdida,
onde esta seu gozo mulher arrependida.
Porque guardas as marcas do passado, e plantas tua dor,
quando as reservas do destino te aguardam entre as palmeiras de tua eira.
Quão bom se torna o Criador, na delicadeza de seu entendimento,
porém juiz na armação de seu tabuleiro, que dá a vida e também a dor.
Que nas areias do tempo, escondeu os caminhos sem estradas,
deixando rastros nas planícies, daquilo que em si almeja.
Contudo, no carrossel da vida, a criança ainda sonha,
brinca, sorri e recebe o afago com algumas cicatrizes.
Claro como a alva, a beleza da mulher reluz como um diamante bruto,
Sem aceitar que outros quebram a aliança que outrora parecia forte.
O Senhor da vida, é Senhor de tudo e d'Ele mesmo,
colocando em nossos mãos as traquinagens de uma criança fujona.
Permitindo sonhar e viver sonhos reais, esquecidos mas que ainda vive,
em suas mãos, em seu querer, de seu amor, em nossos corações .
" Em homenagem a uma inigualável mulher. Elaine Palmeira".