BRANCO DE CONSTRANGIMENTOS
Certa noite saí à sua procura,
que por ser a razão do meu viver,
me faz frágil, indefeso
e tão dependente de você.
E assim, qual foi minha infeliz surpresa,
ao lhe encontrar de braços com outro.
Nossos olhares se cruzaram,
e eu mais uma vez me calei,
por não poder me conter.
Então diante dessa triste cena,
voltei para casa, desiludido
e mergulhado em profundas mágoas.
Por sorte encontrei-me,
com este humilde papel,
que ao me ouvir em total silêncio,
mas completamente branco,
de tantos constrangimentos,
achou melhor não opinar em nada,
e até me ofereceu sua outra face,
caso esta não me fosse o suficiente,
para lhe mostrar o quanto eu a amo,
e o quanto sofro,
por não poder lhe dizer tudo,
o que sinto por você.
Nova Serrana (MG), 22 de junho de 2004.