DISPLICÊNCIA DE MINHA PARTE
Você atravessou em minha frente,
quando eu vinha em alta velocidade.
Fui obrigado a frear rapidamente,
para não lhe atropelar.
Ficamos distantes um do outro,
por apenas alguns poucos milímetros.
No local foi feito a perícia,
e os técnicos constataram,
que o que houve na realidade,
foi uma displicência de minha parte.
Pois ao você atravessar o meu caminho,
eu perdi totalmente meu controle,
com o brilho do seu olhar
e a imensa paz de seu sorriso.
E por muito pouco não nos esbarramos.
Agora como penalidade de infração,
terei que carregar esta ocorrência,
por todos os lugares onde vou.
Pois não consigo apagar da minha mente,
aquele momento acidental,
em que você me sorrindo, me fez parar,
deixando-me esse traumatismo cerebral,
por não poder lhe esquecer.
Nova Serrana (MG), 16 de julho de 2004.