Testemunha
Vou escrever poesia
com o que me resta
da minha agonia
dos sobressaltos
e dos encalços
dessa noite fria...
Além da fresta
a lua se estreita
E se deleita
Em minha pele nua
que se inerteia
enquanto vagueia
O desejo ardente de ser tua...
Além da lua
fresta à dentro
do arrepio
um movimento sopra
uma folha
Vinda com o vento
Sobrepondo-se
Do lençol à dobra...
Ficando assim
de testemunha,
Eu, a olhava
e ela a mim
Por horas e horas...