ESTRELAS INTACTAS
Você se acha, poeta?
Falando de amor
Você faceira discreta
Cheia de pudor
Você que rima
As palavras de trás para cima
Contendo calor
Se escondendo no cobertor.
Você sabe quem eu sou?
Sou como a porção
A sobra do amor
As marcas na pele
Tatuagens que restou
Da solução
Que se calou
O vinho tinto
Saboreado
É o que sinto
Entrelaçado
Doce raio do amanhã
Lindo sol esculpido
Sussurrando em gemidos
Carrinhos, abraços queridos
Como es doce a tua presença
Tua alma me convença
Do calor desse amor
Banhando com rosas
O fogo que não apagou.
Curvas, estruturas simétricas
Sólidas construções
Embriagam minha alma
Cheias de ilusões
Em cada canto do corpo
Sinto o prazer
Ouço palmas
Do coração a bater.
Passo o tempo calado
Meditando você
Misteriosa amante, seu ser
Lembrando dos teus traços
Tão saborosos embaraços
Desejo de te ter.
A noite não se acaba
As estrelas intactas permanecem
Na janela teu rosto
Reflexos aparecem
Dito isso exposto
Desejos não acontecem
Fica então só o talvez
Talvez te encontre outra vez
Ou nunca cheque o momento
A hora de tua chegada
Então minha vida estragada
Da esperança encontrar
Se tua volta nunca voltar.