ESTRELAS INTACTAS

Você se acha, poeta?

Falando de amor

Você faceira discreta

Cheia de pudor

Você que rima

As palavras de trás para cima

Contendo calor

Se escondendo no cobertor.

Você sabe quem eu sou?

Sou como a porção

A sobra do amor

As marcas na pele

Tatuagens que restou

Da solução

Que se calou

O vinho tinto

Saboreado

É o que sinto

Entrelaçado

Doce raio do amanhã

Lindo sol esculpido

Sussurrando em gemidos

Carrinhos, abraços queridos

Como es doce a tua presença

Tua alma me convença

Do calor desse amor

Banhando com rosas

O fogo que não apagou.

Curvas, estruturas simétricas

Sólidas construções

Embriagam minha alma

Cheias de ilusões

Em cada canto do corpo

Sinto o prazer

Ouço palmas

Do coração a bater.

Passo o tempo calado

Meditando você

Misteriosa amante, seu ser

Lembrando dos teus traços

Tão saborosos embaraços

Desejo de te ter.

A noite não se acaba

As estrelas intactas permanecem

Na janela teu rosto

Reflexos aparecem

Dito isso exposto

Desejos não acontecem

Fica então só o talvez

Talvez te encontre outra vez

Ou nunca cheque o momento

A hora de tua chegada

Então minha vida estragada

Da esperança encontrar

Se tua volta nunca voltar.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 16/07/2017
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