coração ingrato
Coração ingrato
Eu te amei por toda vida
por ti machuquei minhas mãos
ao colher ás mais belas rosas
do jardim da despedida
o melhor de mim sempre aos teus pés com tapete vermelho
lá pra sua felicidade estava estendido tolo divã do meu insano coração pranteava migalhas do seu amor que de tempos em tempos ás jogavam...
Triste uma ilusão de sonhar
os dias de viver à intensa emoção
de ser apenas teu viver esse amor
que arrebataria meu coração
levando-me ás nuvens
fazendo-me um sol ardendo
pelo fogo enterno da paixão !
Olhas pra mim coração ingrato !
Não sou teus sapatos que usas-tes
sendo que no findar do teu caminhar lancaste-me fora
apenas empurrando com os pés
já sem serventia aquele que como
lampião queimava sua chama
ao lado de sua cama velando
seu sono para que na ternura da noite num daqueles sonhos
sem qualquer enfeite esse pobre plebeu possa de verdade conhecer
o amor escondido de mim
contudo no fundo do coração teu !
Olhas pra mim coração ingrato !
Aquele pobre diabo que de sol à sol
por muito verões segurou esse arado abrindo sulcos na terra
morta plantando sementes
pro teu sustento feliz rezando
pra um dia chega-se um grande
presente, o fruto do amor da gente!
Olhas pra mim coração ingrato !
já me encontro cansado de fazer
papel de seu amor, senhor de nada !
Rei de castelos de areia !
Que possui uma rainha ingrata
que vivi entregue à vaidade
escrava da volúpia
uma alma desnaturada
que ouvi eu te amo
esnoba sai dando risadas
me tens como tolo
descarta-me como coisa usada
Cuidado coração ingrato
com teus passos nessa estrada
quem joga o amor aos quatro ventos um dia na encruzilhada da vida pode se encontrar perdida
Triste deprimida ao fechar os olhos
lembrar num breve momento
com saudades daquele rapaz
em sussurros de paixão
servia de bandeja seu amor
que já não cabia naquele
humilde coração !
Ricardo do Lago Matos