A Quem Possa Interessar
partes I, II e III - 39 estrófes


Parte I

Caros amigos poetas que nos assistem,
Alguns são passivos e outros insistem
Que Leon e Ceci continuem a compor,
Que expressemos este momento de dor.

Nós vivemos um grande amor raro,
Que se vivido pode nos custar caro.
Como podemos culpar nossos corações,
Por ter-nos feito passar estas provações?

O amor nos apresentou nesta existência,
Entre nós, na mais pura inocência.
Ceci, me disse não, na sua ingenuidade,
Dizendo que ainda não tinha idade.

Leon, tímido, sem o dom da conquista,
Não fez nada, perdendo-a de vista!
Logo mais um outro amor a levou,
E nunca mais a soltou...

Logo que a Ceci, Leon perdeu,
Por todo lado seu nome escreveu...
Toda vez que ele deitava,
"Ceci, Eu te amo", recitava.

Grifou "L" e "C" em seus cadernos,
Como se fossem eternos!
Deixou aos quatro ventos anunciado,
Para o infinito o seu chamado...

Leon, de coração irradiante
Juntou suas dores e foi avante.
Logo fez família, separou,
Muitas tempestades suportou...

De novo em família se refez,
Voltou ao normal outra vez.
Coração até bem alimentado,
Vivia até bem sossegado!

Estávamos vivendo nossos casamentos,
Com problemas, mas sem muitos lamentos.
Quando para nós uma surpresa:
A chama do antigo amor estava acesa!


Parte II


Três décadas se passaram entre nós,
E o Amor nos apresenta feroz!
A chama estava tão viva,
Que não nos deixou alternativa!

Iniciamos bons amigos,
De tempos antigos...
Mas no primeiro olhar,
No primeiro abraçar...

Nossas almas festejaram,
Nossas mãos apertaram,
Nosso Amor voltou amadurecido,
Seu valor não tínhamos esquecido!

Nossos olhos brilharam em pura luz,
E ao grande amor tivemos que fazer jus...
Poderiamos suportar de novo o "não"?
E deixar escapar de nossa mão?

Crises, choros, amordaçados gritos,
Dois corações mais que aflitos!
Rios de lágrimas de tanto querer,
Despejavam-se no mar do saber!

Saber que não poderíamos prosseguir,
Que o reencontro não seria só o "sorrir".
A vontade do tão desejado beijo,
Rasgando nossas bocas no desejo,

Não deveríamos nos entregar,
Ao delito gostoso abraçar!
Se entrássemos por este caminho,
Atrás de nosso doce carinho,

Cada vez mais seria o envolvimento,
Aumentaria ainda mais nosso tormento,
O amor certamente iria muito brilhar,
Numa fusão que seria o limiar

De possíveis dramas indissolúveis,
Que poderiam nos deixar volúveis,
Caso viesse aparecer a luz,
E esta seria nossa pesada cruz!

Desfrutamos sim, soltamos nossas feras,
Nos entregamos as mais nobres esferas,
No arco iris, deslizamos em suas cores,
No jardim, nos escondemos entre as flores,

Nossas mãos se conheceram,
Nossas bocas nunca mais se esqueceram,
Nossos corpos se tornaram um...
Alcançamos um viver comum...

Sintonia, serenidade, doçura, conquista...
Muitos palavras aumentariam a lista
Que pudesse enumerar o que vivemos,
Mas todas até hoje que já escrevemos,

Não poderia ter tanto valor,
Que a única chamada Amor!
Tão belo sentimento que mostramos,
Que em nossos poemas levamos!


Parte III

Tantos amigos solidários,
Registraram inúmeros comentários...
Naqueles nossos dias mais chorosos,
Deixaram os consolos mais carinhosos,

Enquanto Leon e Ceci lutamos,
Na opção que por nós foi voluntária,
Sentimos a dor, refletimos, suportamos,
Nadamos na direção contrária,

Que nossos desejos de humanos
Querem vibrantemente nos levar.
Utilizamos o que aprendemos há anos,
Rogamos, meditamos, não paramos de pensar,

Quase não temos o ar fresco,
Que a paz pode nos dar!
Pimenta no olho é refresco *
Para quem nos põe a criticar!

Pegue a primeira pedra ao seu lado,
Pegue a maior que encontrar,
É por acaso livre do pecado?
Se for pode jogar!

Estou neste mundo a aprender.
As vezes erro, eu sei.
Mas se tu quiseres maldizer,
Afirmando: "desta água não beberei"...

Coloque a mão na consciência,
Veja se és puro totalmente,
Será que lá na sub consciência,
No mais profundo de sua mente,

Não tens o erro em secreto,
Escondendo de si mesmo,
Enquanto fingindo de andar reto,
Criticas o próximo a esmo?

Compreendo-te amigo ou amiga,
A sua declarada posição,
Não estou aqui pra briga,
Trato-vos com meu coração.

Procure conhecer as nossas obras,
Escritas com amor e dor, em nossos versos,
Veja que somos abertos, livres de dobras.
Nossos poemas são puros, sinceros e não perversos...

Mas se não podes suportar a nossa "saga",
Como tacharam nossa linda história de amor,
Da sua memória, veja se apaga,
Não tome pra ti a nossa dor!

Mas se podes nos abraçar com respeito,
Apesar de nossa história um pouco torta,
Nos deixará feliz e satisfeito,
E sua incompreensão do passado será letra morta.

Se alguém aqui do Recanto querido,
For tocado pelos nossos poemas,
Por viver algo parecido.
Podemos escutar os seus problemas,

Dar nossos ombros doídos,
Dispor com carinho nossos ouvidos,
Dividir as nossas dores,
Buscar minimizar tudo em cores!

Eu, Leon e a minha eterna amada Ceci,
Somente resolvemos participar aqui
Para podermos expressar ao casais
Que não podendo ser, vivem nos "ais"...

A todos desejamos muita consciência,
Que consigam tomar as decisões,
Com muita ciência,
E paz em seus corações!

E com a Graça de nosso Senhor,
Dono de todos os Universos,
Pra você amigo damos nosso Amor,
Em forma de inspirados versos!

FIM

* Em agosto de 2007, Ceci começou a receber comentários e mensagens ofensivas, inclusive com palavras chulas nesta época. ela tinha também um cantinho aqui com seus únicos, doces e singelos poemas compostos na inspiração de nosso amor e de nossa história. nunca ela havia escrito algum verso antes. De alma pura e de grande sensibilidade, suceptibilizada pelo drama por nós vivido, se pos muito assustada e resolveu imediatamente sair do Recanto. Resolvi também parar. Escrevi a carta "Final" que já tirei do Recanto e fiquei sem escrever, mas não tive coragem de tirar minhas obras. Neste período recebi inúmeros comentários e mensagens nos questionando e pedindo para voltar. Depois de 15 dias, a Ceci pediu que eu voltasse pois afinal ela me incentivara para que publicasse os frutos de nosso Amor para as outras pessoas. Escrevi "retomar?" e depois "Vergonha de Amar". Ela ficou de fora, apenas assistindo e timidamente fazendo algum comentário no Recanto. Alguns poemas foram censurados por nós mesmos, por serem muito íntimos (não quis dizer eróticos) e não publiquei. Os seus poemas também estão guardados a 7 chaves e quiçá em algum futuro poderão ser publicados. Esta é a nossa história e agradeço a Deus pela benção deste Amor e pelos incontáveis amigos e amigas do recanto que nos assistem. A vocês, todo o meu carinho!