PARA O IMPERADOR HAKIHITO
(...) No coração a terrível Brasa
Que se alastra na Sala
Consome minha Casa
Essa tua nudez de lindos Seios
Loucura esquizofrênica em luares Devaneios
Prendendo-me em Teias
Com furacão de pó e Areias
Pois teu beijo lembra Morangos
O açucarado da nivia Manga
Que arranca o coração de Tarântula
Sei que perdi você feito Agulha
Tu que estava encravada feita rude Unha
Tua brancura de pureza do Leite
De um saborear bom Sorvete
Me causa em ti delicadas Venetas
De recordar escrevendo com dourada Caneta
Por eu falar tantas Besteiras
Deus constrói para nós um novo Planeta
De cruzar oceanos em bonita Lambreta
Donzela dos meus sonhos tenha a Certeza
Que nessa viagem eu pago qualquer Gorjeta
Por eu ser tão só e dói a Tristeza
Me perco na rústica da tua Natureza
De princesa esbelta mas sem Magreza
De um beijar-te feito louco Urso
De deliciar-me feito em ti garota bom Muci
Por essa epopéia eu faço Tudo
Esse é meu glorioso Custo
Tamanho e violento Ódio
Que assassinado com Vinho
Derretido e costurado com rico Linho
Das sobras de palha do mítico Ninho
Donde águias comiam Milho
Eu neste escrever me rebelo a qualquer Rei
Justamente por nenhum rei Ser
Minha honradez escrita do amor meu Reverter
E isso eu pobremente Sei
Que a coroa de uma traiçãoTalvez
Fez um pacto com sangue teu poético será deus?
Ó e um sonhar em mim Desfez
Diga a solidão Não!
Espanque o dogma da Reclusão
Dancemos no apogeu do Salão
Dizendo pragas a Frustração
Nos levemos a cama do nosso Tesão
Banhados com o mel da vida
Ardentemente Paixão
Ardentemente nó e Flexão
Construiremos a fascinante Religião
E voemos com leões e um mero e simplório Pato
Dando toda a direção do nosso Tato
Comendo assado muitos Ratos
Vamos incendiar orgulhos selvagens no Mato
E nos contemplar a face das faces rasgada em Cacos
Quero nisto me perder nos teus Cachos
E morrer de delírios nesse teu Rastro
Ó xamã de Kioto cruze a Espada
Ó mulher de Acarape durma no Nada
E você Pandora se suicide nas trevas da Caixa
Pois no Céu serás Sarada
E motivos de amores vem nas Manhãs
Pulando na boca feito Rã
Por ridicularizar qualquer Sã
Existimos numa ambrosia de farta Comida
O teu nome és Linda?
Perdida na Praça Vermelha miserável Menina
Não desistiu de ser Dosíssima
Tu é furacão maluco da desgraça Feliz
És o mito lendário de Certezas
Afogada em barrocos Brinquedos
Ó anjo púrpura não tenha Medos
Alimente a sua poderosa Fera
Encha sua alma com poder e Garra
Seja o lírio que desabrocha em Hokkaido Imortal
Seja como imperador suave nobre e Mortal
Num sussurrar Qual
De ditoso e flerte Mal
Ó Noemi de olhos um Anjo
De beleza do cabelo Negro
Inexiste em Fukuoka Sossego
Desde o cantar horripilante do Cego
Tudo neste existir se faz de Bondoso
Comendo em nós espírito e Osso
Tudo no Japão não é mediocridade do imaginar Nosso
Nem os flagelos do Ócio
Queira esse amor ser Fóssil
De traficante da yakusa Sócio
Por beijar poesias do Ópio
Ó sakuras dos teus Olhos
Menina de cheiro Gostoso
Gostoso aroma Lendário
Por eu ser pobre rapaz Selvagem
Por eu ser escritor Selvagem
Por eu ser lobo Vociferante
Pobre, negro, feio e Amante
Me rendo ao teu Sagrado
Me possua por ti existência de ser perdido em mim Nato
Sou o esfolar do Boto
Boto do Pará em Amor
Quanta razão sem Dó
Por Japão celestial e Só
Quanta tristeza e alegria ó Dor
Por solidão japonesa Sou
Por solidão num dançar primaveril dia tudo Assustou
É o relance do nosso amor e Fim
De escrever nos teus seios o meu Sim
Por donzela aurora Vim
Por donzela asiática meu último e teu Porvir
Cantem as moças chamem por Noemi
Perdida entre as rosas Lis
Essa cantiga infantil eu ti Senti
Eu nessa história Refleti
Adeus Hiroshima
Morro de pecados Linda. (...)