MEDO DO SEU ADEUS
Olhe dentro dos meus olhos
E me responda agora;
Você sabe quem sou eu?!
Eu sou aquele há quem um dia
Você chamou de seu,
Eu sou o mesmo poeta!
E o verso que você leu
Correu o mundo inteiro
Saltando de boca em boca
Até que lá, bem ao longe
Do primeiro beijo
Que você me deu,
Tão triste e solitário!
No vazio se perdeu.
Mas agora em tua face
Eu vejo escritas
Essas estranhas palavras,
E antes mesmo
Que por você fossem ditas
Por mim elas Já foram ouvidas.
Por isso te imploro;
Meu anjo, por favor!
Não chame de amigo
Quem na vida quer somente
Continuar a ser o seu amor!
Não permita nunca
Que essa palavra maldita
Cruze o espaço dos teus lábios
Até meus ansiosos ouvidos
Pra fazer-se semente
Pronta a geminar
Promessas de dor!
Se o deserto não pode negar
Aos pés do viajante
O minúsculo grão de areia,
Se a onda do mar
Não pode furtar-se
As carícias da praia,
Se ao solitário viajor
Não podem der negadas
As lágrimas da partida
E os abraços da chegada,
Não permita jamais!!
Minha doce amada!
Que esse adeus tão temido
Salte de sua boca
Pondo fim a nossa jornada.